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Caracterização


São Bento é uma freguesia portuguesa do concelho de Porto de Mós, com 41,30 km² de área (a maior do concelho) e 751 habitantes (Censos 2021), sendo a sua densidade populacional de 18,18 hab/km².

Compõem a Freguesia os lugares de Barreira Junqueira, Cabeço das Pombas, Casais Corrreias, Casal de Santo António, Casal Velho, Chainça, Covão do Sabugueiro, Covão da Fonte, Covões Largos, Covão do Frade, Curraleira, Espinheiro, Fontainha, Moita do Açor, Paiã, Moliana, Penedos Belos, Pia Carneira, Poço da Chainça, Telhados Grandes, Vale Florido e São Bento.

Confronta com a União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, Freguesia de Serro Ventoso, União de Freguesias de Alvados e Alcaria (Concelho de Porto de Mós), Freguesia de Malhou, União de Freguesias de Louriceira e Espinheiro, Freguesia de Monsanto e Freguesia de Serra de Santo António (Concelho de Alcanena), Freguesia de Abrã, (Concelho de Santarém).

São Bento situa-se no Planalto de Santo António, que separa a Serra D'Aire da Serra dos Candeeiros. Foi elevada a freguesia em 1933, sendo a maior do concelho. Aqui predominam as paisagens cársicas, agrestes e de beleza panorâmica inconfundível, detém a mais valia de possuir um riquíssimo património paisagístico e ambiental.

A natureza calcária da rocha, associada à ausência de cursos de água da superfície, origina uma paisagem que imprime uma forte personalidade à serra, quer pelas particularidades dos aspectos naturais, quer pela singularidade dos usos e costumes da população. A água, fonte de vida, é escassa à superfície. No entanto, quando chove, é engolida pela terra, ficando retida apenas uma pequena parte dela em lagoas, pias e cisternas, constituindo verdadeiro oásis nesta região. As falhas, os rasgos, as fendas na rocha, permitem a infiltração da água no solo, entrando esta numa vasta e complexa rede de cursos de água subterrâneos, que percorrem a serra internamente, aparecendo ora de forma envergonhada, ora plena de vigor.

O rendilhado dos muros de pedra solta, marcam a paisagem e refletem a necessidade humana de proteger as culturas e de obter terras aráveis. As casinas de pedra sobre pedra e os chousos, marcam do mesmo modo a paisagem, e retratam a forma como os trabalhadores rurais ou o seu rebanho se abrigavam, segundo estilos ancestrais do neolítico.

Os solos escassos e o clima agreste fazem com que a  vegetação em São Bento seja constituída principalmente por matos rasteiros. O tomilho é um subarbusto aromático que se encontra com abundância em todo o planalto. As plantas aromáticas e medicinais são uma característica dominante da flora, sendo utilizada, desde sempre, pela população para remédios, panaceias e temperos. A oliveira não é autóctone, mas domina a vegetação não espontânea. Na zona sul da freguesia pode visitar-se uma área de sobral.

O vento faz-se sentir quase  todo o ano. Juntando o vento generoso e a abundância de pedra, a população foi construindo moinhos, usando a energia eólica para a moagem de farinha, que  foi um elemento central na alimentação dos habitantes. Ainda hoje são vários os moinhos que podem ser vistos, alguns ainda com o engenho a funcionar, testemunhos da vontade e determinação no trabalho.

A norte desenvolve-se a Costa, descida íngreme entre São Bento e Alvados, que possibilita uma vista impressionante. É também nesta linha que encontramos uma pista de parapente e um pouco mais a norte a vista para a Fórnea.

Ao tratar-se de um planalto, a freguesia de São Bento tem palcos privilegiados para ver a paisagem dos vários vales que a rodeiam. No entanto, a paisagem mais impressionante observa-se na parte sul do Planalto, onde se consegue apreciar a grande imensidão da lezíria ribatejana. A ação do vento e da água na erosão do calcário torna o Planalto de Santo António rico em várias formas de carsificação. Um dos fenómenos mais espetaculares são os mega-lapiás, penedos fantásticos que se destacam pela grande dimensão e diversidade de formas que incitam à imaginação. Moleana, Paiã ou Covas são algumas povoações onde podem ser observados. 

Os campos de lapiás são frequentes no Planalto, constituindo grandes extensões de superfície com calcário modelado pelos elementos com diferentes formas e dimensões.

Entre as formas cársicas há que destacar ainda as dolinas, que podem ser observadas na Chainça ou Covões Largos. São depressões grosseiramente circulares e com o fundo preenchido por sedimentos, criando melhores solos para a agricultura. Popularmente são chamadas de covões.

Algar é uma cavidade natural vertical, cujo termo  tem origem no árabe Al-gar. Este tipo de rasgos e fendas são muito comuns por todo o planalto e constituem a principal razão pela qual a água é rapidamente engolida pela terra. 

Os algares servem de armadilha a animais distraídos. Noutros tempos serviam de jazigo para animais e até de lixeiras. Hoje são explorados por turistas e espeleólogos e utilizados para cursos de salvamento e resgate.

Pelo planalto existem também muitas lapas, aberturas à superfície que comunicam com cavidades de desenvolvimento horizontal.  A Lapa dos Pocilgões é um fenómeno geológico singular: a gruta natural dá acesso a uma cavidade, agora com abertura vertical, que resultou do abatimento do teto de uma galeria fóssil, devido às forças da erosão.

A pedra é a base das mais variadas construções, como as casinas. São construções integralmente construídas em pedra, incluindo a cobertura, erguidas para dar abrigo a pastores. Encontram-se casinas que apenas abrigavam o pastor e algumas de maior dimensão, onde era possível acoitar inclusive o rebanho. Apesar da ausência de ferro ou betão, os pastores foram “mestres de obra” capazes de construir abrigos que permanecem intactos até aos nossos dias.

Publicado por: Freguesia de São Bento - Porto de Mós

Última atualização: 31-01-2024